"A mente intuitiva é um presente sagrado e a mente racional é um servente fiel. Criamos uma sociedade que honra o servente e esquece a dádiva"
(Albert Einstein)
Artistas, inovadores e sábios encontraram um caminho para puncionar a via onde não há limites e está diretamente acessível a todos e todas. Esse campo infinito é chamado algumas vezes de consciência pura. Ele não pode ser totalmente compreendido pelo intelecto.
Muitas vezes, no meio de um ato criativo, as pessoas dizem "meu trabalho vem através de mim", numa tentativa de descrever a experiência de ser pego em um fluxo criativo, que está além da mente. Quando entramos nesse espaço ilimitado, nos vemos em um rico fluxo de energia, visão e inovação, dando início a uma enorme sensação de bem-estar.
Acessamos esse campo interconectado da consciência através da nossa intuição. A intuição vem até nós através da percepção direta. Ela é holística, integrativa e brota de dentro.
Nossa intuição é guiada pelo contexto no qual ela aparece. A intuição de um fazendeiro lhe servirá em sua relação com o mundo natural. Na um artista expressará cor, conteúdo e estilo. E a de um líder dos negócios informará visão, estratégia e a contínua, momento a momento interface com os outros. Elevada inteligência social - que é a habilidade de esmeradamente ler outras pessoas -, é amplamente comunicada pela intuição.
Muitos de nós aspira por aquelas raras ocasiões quando somos pegos em um fluxo de expressão criativa. Quando ele aparece, a mente está relativamente calma, o tempo permanece imóvel ou desaparece. Há um grande grau de foco e presença e, paradoxalmente, uma maior sensação de espaço. Como podemos mais consistentemente acessar esse estado?
Quando a mente é o mestre em vez do servente, bloqueia nossa capacidade de acessar nossa intuição e o fluxo criativo que dali advém. A mente, mais comumente que o oposto, está ou revivendo e reescrevendo eventos do passado, ou imaginando, ensaiando e planejando para o futuro. Muitos de nós gasta uma enorme quantidade de tempo planejando o que virá ou indo atrás do que já aconteceu. Isso se torna um hábito da mente e um hábito da atenção.
A mente é um sistema fechado. Parecida com um computador, sua saída (output) é baseada em sua entrada (input). A intuição acessa a informação que está além da mente, alimentada pela corrente da pura percepção. Por essa razão, chega ao fluxo criativo, que é infinito. Nossa intuição pode somente ser alcançada no presente momento. Consequentemente, nosso acesso se amplia quando estabilizamos nossa relação com o presente. Práticas que acalmam a mente, como a meditação, nos ajudam a estarmos mais integrados com o momento presente, aumentando nosso alcance à sabedoria intuitiva.
Quando olhamos para dentro, descobrimos os caminhos pelos quais a mente bloqueia nossa capacidade de acessar a intuição. Percebemos o desfile de comentários, julgamentos e hábitos da mente. Através da prática de observarmos a mente com uma atitude inquisitiva sem julgamento, desenvolvemos a habilidade de distinguir entre intelecto e consciência pura. Colocando nossa consciência na própria consciência, a mente finalmente se aquieta e a sabedoria intuitiva se torna mais disponível.
Criamos uma sociedade que reverencia o intelecto e subestima a intuição. Valorizamos mais o conhecimento que a sabedoria. Para muitos, ver a mente racional como um servente é radical. No entanto, quando tratamos o intelecto como um mestre, essencialmente damos mais peso ao que é finito do que ao que é infinito. Reciprocamente, quando o conhecimento é utilizado dentro do contexto da mente calma e clara, ela torna-se um servente fiel, como Einstein expressa. "Todos temos a obrigação de saber isso: temos olhos internos mais profundos que nossos olhos; e capacidade auditiva mais profunda que esse interrogatório", disse Basil of Caeserea.
Através do cultivo do silêncio, esse substrato que nos é intrínseco torna-se a fonte de inspiração, criatividade e sabedoria, que podemos consistentemente alcançar, nos proporcionando um lugar de repouso interior.